terça-feira, 16 de setembro de 2014

Nostalgia de um Baiano



Ao bailá do vento, o bailarino dança,
as folhas balançam, a pindoba gira,
deixando percorrer longas distâncias o bailado;
o imbuzeiro verga, deixando cair suas últimas folhas,
que dão inicio, ao inverno, lá no fim do sertão;


onde as aroeiras, dançam,
a umburana deixa esvair o seu perfume
nas belas manhãs de primavera,
deixando cair suas pétalas amarelas;


o mandacaru abre as primeiras flores,
anunciando , as chuvas de verão que vem chegando,
o gado aglomerados vão ficando,
a espera da trovoada, olhando pela janela,
cada raio que brilha formando crateras no céu;


Com um grito, o pastor junta o rebanho,
no som da canção que escorre pelo telhado,
lá vai a muié, com sua coité, pegar água na laje para fazer o café;


Saudades tenho de lá, de onde falamos assim,
vivemos a fio o amor bravio, sem medo de ser julgado,
porque comemos de cuié e tomamos água de coité.

Abel de Andrade

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