No meio do nada, onde tudo se converge, há uma floresta,
dela tiramos tudo o que é necessário,
mas nada parece ser agradável, nada parece ter valor,
no entrelaçar, das folhas, vivem pássaros que voam ,
de um lado a outro em busca de realizações;
Sem medo de cantar, grasnar, voam agradecendo o criador,
por ter tudo, que é preciso, para viverem o amor,
Sem perceberem, o mistério, o enigma de viver,
onde todos vivem, compartilham, um espaço desconhecido;
Seguindo a luz que os atraem, que irradia,
levando a cada ser, vindos de longe, vindos do sul e do norte,
de todos os lados, de matas, florestas e descampados,
sem mesmo saberem onde vão, apenas confiando na luz do amor;
O destino, não sei, ao centro da floresta chegarão,
em busca de algo, além da ilusão, encontram-se acorrentados por um sistema,
onde cantar, grasnar, voar, não tem sentido, onde um não suporta mais o cantar do outro,
aquilo que era um momento de louvou, agora um grito de socorro;
A beleza do seu cantar, não irradia, não transmite alegria, de poder voar,
onde o que prevalece, é a desolação, a dor no coração,
são apenas pássaros presos na desilusão,
entristecidos, pela falta de amor da nação.
Abel de Andrade