sábado, 24 de outubro de 2015

Chuviscos Dolorido

Do céu caem bilhões doloridas gotas d'água, gotejando as dores do tempo, num regar sofrido, que sem rumo correm a procura de um lugar para morar.
A um morrer, repousando as suas lágrimas, ao duro solar facial, fecundando as tuas faces, revestidas de tristezas, esperando o reflorestar das terras, caídas, sofridas pelo doloroso momento de espera, por um perdão, que há de chegar e adentrar a alma, acalentando o espirito que aprisionado está.
liderado por um egoísmo escuro, perturbado pelo tempo, amarrado está nas entranhas de uma vida que já não vive mais, apenas vegeta em tua hospedeira passageira.
Em busca de um encontro, eterno-amor, premissa suprema, de um ser que nos leva, da triste comédia a uma negra dor, que mada aos pouco, abominável coração, que num escape de fúria, mata a amizade de nascituro amor.
Coração confuso, na plenitude de um ser irmão.
Abel de Andrade

Tempo em Tempo

Aí que tempo lunático, que saudades daquele tempo, onde tinha tempo para tudo, que vinha o outono, chegando à primavera, em seu tempo certo nada era vão.
Nostalgia do tempo, que fazia acontecer, vinha o inverno, vinha verão, esse tinha tempo pra todas as estações, sem mesmo tornar-se uma lamentável confusão.
Ó que falta que faz aquele tempo, vivenciado, sendo marcado pela alvorada, demarcando o dia, as manhãs que na portaria da vida pedem licença para adentrar.
Tempo que já não volta mais a nos saciar, onde tinha tempo para tudo, tudo no tempo certo, nada era confuso, a perfeição estava ali, tudo na justa medida.
Se o plantio não desse, era apenas por não ser tempo de ceifar.
No tempo de colheita, espero colher os frutos que plantei, nesse tempo o qual o Divino me concebeu, a viver na esplanada, de uma jornada em que o viver deve ser um bem viver.
Sem a necessidade de um alvará, para poder pisar nessa terra que baila em baixo do céu, eterno luar, que envolvido ao bailar das águas sobre a terra, sendo assim o espelhar de uma plenitude, de um viver, manipulado pelo tempo.
Abel de Andrade

terça-feira, 29 de setembro de 2015

"O OLHAR DE UM NÃO VISTO"

Solito na vida,
tenho apenas o céu como meu,
as ruas como minha mansão.
sem a certeza de que um novo amanhã verei.
O frio é meu cobertor noturno, a chuva meu relaxante natural.
sou pisoteado, a cada dia tachado de vagabundo;
abandonado, na sepultura viva,
vida de uns pouco, onde vivo uma "vida nua*";
desprotegido de tudo e de todos;
sem se quer ter direito, de defender-me.
Apenas posso morrer, pois sou na vida esquecido,
pelo tempo e pelo senhor.
Assim diz, cada um que por aqui passou...




Abel de Andrade
*"vida nua" um conceito do filosofo Agamben.

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

"Eu, Flor de Ipê"

Em baixo do pé de ipê,
como flores caídas,
meu intimo chora,
em pranto meu coração desfalece,
como flores pisoteadas,
amaçadas nas calçadas,
sinto a triste a amarga solidão;

na triste manhã de verão,
no gear de uma manhã de inverno
sem mesmo entender: o porque choras meu coração?
que em chamas se fecha em contrações;

vivencia tao eterna, triste relva,
repletas de ervas, que buscam fechar-se,
para não serem corrompidas
até mesmo comidas,
em baixo da esplendida arvore,
de flores tao belas, tanto em cima como em baixo das janelas;

suas suaves flores, se fazem presente,
animando com deslumbre,
aguçando meus extintos,
deixando esvair teu aroma tão belo e sereno,
deixando cada vez mais, o coração ardente
com as belíssimas plantas de cores tão raras,
que não se podem imaginar;

anuncio de que a geada há de findar,
apenas no próximo ano suscitara,
beleza tão esplendida,
que com olhos humanos,
nunca poderíamos contemplar,
no lúdico da visão, posso perceber,
beleza profunda que nos leva a deslumbrar,
suscitando beleza tão eterna no aprofundar do coração.

Abel Andrade
*Obs: Titulo sugerido por Jacksom Barbosa...



segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Tempos de criança...

saudades daquele tempo de criança,
onde corríamos e gritávamos,
tempos aqueles, em que saltávamos como cabritos, ao entardecer, 
subindo e descendo o cerrote, sem mesmo perder a compostura de uma criança.

poderia ser como criança, deixando de lado as dores de um ser adulto, 
vivendo as alegrias que um dia perdeu, 
que saudades que tenho daquele tempo 
que embaixo do pé de umbuzeiro, depositei a esperança de uma eterna criança,  
que seu mundo ali plantou.

mas parece que tudo que vivi, 
ali ficou em baixo daquela árvore, 
onde volto à subir e grito e nada se tem ali, 
saudades daquele tempo onde aquela criança 
que um dia me ensinou a sorrir, 
hoje apenas lembranças de uma criança que viveu dias de esperanças.

Abel Andrade

segunda-feira, 18 de maio de 2015

A Mesa Vazia



sentimentos são sentimentos, 
explicação não tem, apenas aperta, deixando sem forças, 
a sensibilidade que esvazia do ser, sem saber o que dizer, 
sinto-me tão só, me vejo perdido assim sem você 
sentado estou, a espera do encontro, 
sem destino eu vou, mas você não vem. 

sentado ao meu lado está o vaco da vida, 
em uma cadeira vazia, com uma certeza, 
sozinho estarei, sem você eu sei, 
entre uma lagrima e outra, pensamentos bons,
quantas pessoas passaram e lá sentaram,
ladeando comigo em pleno diálogo, 
mas nada restou, alem de um triste sonhador,
que em busca de amigos, esgotou-se.

pela necessidade de uma presença,
o coração sente, pelo vazio que apoderou-se,
envolvido e ladeado pela mesa vazia, 
era uma mesa de numero dezesseis, 
numero sempre escolhido, virada ao tempo, 
sem nenhuma cortina, tendo como barreira o vento.

mas naquela cadeira que sempre foi ocupada, 
hoje vazia estava, pois você  já não se encontrava, 
levanto-me, na pressa do tempo, 
em busca do alento que deixei esvair, 
com um olhar de tristeza, 
mergulhado em pranto espero-te, 
mas sei que você não vem.
  

Abel de Andrade

terça-feira, 21 de abril de 2015

Segredo Eterno



Segredos são segredos,
não falaremos como eles se realizaram,
 ou se um dia serão abertos ao tempo, 
na esperança de que a realidade desabrochem no entardecer
 depois de uma manha florida repleta de alegrias, 
no jardim das harmonias.

no infinito azul celeste, perco-te de viste,
 embaraçado meu olhar fica, esguio ao procurar-te
 em meios aos aires sombrios, 
da ilusão, meu grito aflito, 
não encontra-te mais, na distancia do tempo,
 envolvido pela triste certeza de não encontra-te tao breve
  belíssima semente, plantada ao coração.

sobre os braços da terra, triste semente jogada,
 pela chuva, a relva molhada,
 na podridão do ser, envolve, a desolação
  deixando cair em prantos o segredo eterno,
 do triste coração, que vive para morrer.

  o breve sorriso deixado pelo aroma das plantas secas,
 frutos das novas sementes,
 que desabrocham
 e dão sentido ao novo amanhecer, 
perene certeza, que o segredo eterno não vai morrer.

Abel Andrade

terça-feira, 14 de abril de 2015

O Posicionamento de Espera



De pernas cruzadas, a disposição coloco-me,
Em posição de conforto, na plena oração,
esperando a tua chegada,
Procuro ouvir-te teu chamado, Teu conforto,
tua suave voz, que clama ao coração,

Ao chão frio, o assento, gelado o vento,
Que bate na alma, levando a brisa serena,
Que como folhagém seca, voando ao tempo,
Espera encontrar uma barreira, para encostar-me ao relento.

Sinto-me embalado, pelo seu amor ardente,
Que me faz sentir teu calor, levando a redigir,
uma oração de louvor ao Pai Criador,
ao Filho Redentor que me permite viver e teu amor.


Abel Andrade

terça-feira, 7 de abril de 2015

Inquilina do meu Ser...



Moradora do meu ser,
 vizinha do meu coração,
 rainha da paz, estrela do amanhã,
 indo e vindo tornado-me,
 a plena rosa do jardim;

Rasgando os horizontes,
 enebriando os rostos dos campos,
sendo os mais belo de todos os jardins, 
ao redor do ser, 
sendo um retiro eterno, 
do alpendre espalha a reluzente luz do amor; 

Mistura do amor abundante, 
indo ao longe, como um navio,seguindo o sol do entardecer,
carregando o baú de instintos e sentimentos,
plenas sementes construtoras,
 reflexo da imaginação Divina,
deixados ao jardim, amarrados pelos laços das rosas,
deixadas a beira da estrada,
onde trilhaste o mestre dos metres, semeando,
 palavras de esperança as roseiras do amor.



Abel Andrade





quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Saudade




Sentado na varanda,

O jovem triste, 
Coração apertado pelos laços da vida, 
Que afligem a alma e a mente. 

Dá janela sente a brisa terrena vinda de todos os lados formando a sena. 

De um jovem valente que busca viver. 
Mesmo assim ele sente, 
A triste partida que se aproxima.
Da alma se afasta o deleite de um ser deixando para trás
Dois grandes seres, 
Amigos eternos partindo ao longe. 
Para onde não sei se um dia verei.


Diante do tempo, resta pouco para essa partida terrena,
Perante a mente ideias reais, 
No peito sentimento eterno ideia perfeita de dois irmãos
Que pela missão deixarão saudades no entrelaçar do coração.

Abel Andrade.